A exploração sexual de crianças e adolescente é a segunda maior causa dos atendimentos nas 48 unidades baianas do Sentinela, programa que presta assistência social e psicológica às vítimas de violências físicas e sexuais. Os registros de exploração perdem apenas para os casos de abuso sexual contra os jovens cometidos, geralmente, pelos próprios familiares, que somaram 673 em todo o ano passado.
Apesar de terem sido notificados 352 casos de exploração em 2006, 321 a menos do que os casos ocorridos dentro de casa, envolvendo parentes e vizinhos, os pontos vulneráveis à pratica de prostituição cresceram 46% na Bahia, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que realizou o mapeamento nas principais rodovias federais de todo o país neste ano.
Enquanto em 2006 foram identificados 43 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes na malha rodoviária federal que corta a Bahia, neste ano o número saltou para 63, segundo relatório divulgado pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), baseado nas estátisticas da PF. Com o resultado, a Bahia fica em décimo lugar no ranking dos estados brasileiros que apresentam grandes concentrações de pontos.
O Estado fica atrás de Minas Gerais, que teve 290 locais propícios, Mato Grosso do Sul (143), Pará (135), Rio Grande do Norte (135), Goiás (128), Paraná (106), São Paulo (98) e Santa Catarina (78). No total, foram identificados 1.918 pontos nos 60 mil quilômetros da malha rodoviária federal brasileira, 56% a mais do que em todo o ano passado, quando foram notificados 1.222.
O crime ocorre normalmente em pátios de postos de combustíveis, bares, restaurantes e prostíbulos localizados nas estradas. Na Bahia, somente na operação da PRF intitulada Anjos do Asfalto, para marcar a semana contra a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes, 33 jovens em situação de risco foram encaminhados aos órgãos responsáveis, a exemplo de Conselhos Tutelares e do Ministério Público.
Desses jovens, quatro tinham menos de 12 anos, informou a Policia Rodoviária Federal. Em todo o ano passado, 48 foram encontrados na mesma situação. A maioria é formada por meninas de classes sociais baixas, que moram nas proximidades das rodovias. Elas acabam cedendo aos convites dos exploradores e vão às estradas para fazer programas em troca de dinheiro.